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Açúcar

Foi assinado pelo Ministro da Saúde Gilberto Occhi no dia 26/11/2018 o primeiro acordo para a redução do teor de açúcar nos alimentos industrializados. Com este acordo, o Brasil passa a ser um dos primeiros países do mundo a buscar essa diminuição.

Como meta até 2022, o Brasil assumiu reduzir até 144 mil toneladas de açúcar de cinco categorias de alimentos:

  • Biscoitos: reduzirão até 62,4%
  • Produtos lácteos: reduzirão até 53,9%
  • Bebidas açucaradas: reduzirão até 33,8% de açúcar
  • Achocolatados: reduzirão até 10,5%
  • Bolos e misturas: Bolos reduzirão até 32,4% o Misturas para bolos reduzirão até 46,1%.

Ao estabelecer essa meta, o Brasil se destaca como um dos primeiros países do mundo a buscar a diminuição do açúcar nos alimentos industrializados. O acordo segue o mesmo parâmetro do feito para a redução do sódio, que foi capaz de retirar mais de 17 mil toneladas de sódio dos alimentos processados em quatro anos.

O objetivo do acordo é conscientizar a população brasileira na escolha de alimentos mais saudáveis, pois a ingestão de açúcar aumenta a incidência de doenças crônicas não transmissíveis (obesidade, diabetes, hipertensão arterial, doenças coronarianas etc). Na última década, a Obesidade subiu entre os brasileiros mais de 60% e o diabetes cresceu 54% nos homens e 28,5% nas mulheres.

Histórico de consumo

Da cana-de-açúcar obtêm-se o açúcar, a cachaça, o álcool, a rapadura entre outros. O consumo de açúcar no Brasil cresceu expressivamente nos últimos 60 anos. Na década de 30, o consumo médio anual era de 15 quilos por habitante. Nos anos 40, passou para 22 quilos. Na década de 50, aumentou para 30 quilos por pessoa, sendo que em 1990 esse índice se estabilizou em 50 quilos por habitante.

O Brasil se tornou um dos maiores consumidores mundiais de açúcar. Cada brasileiro consome entre 51 e 55 quilos de açúcar ao ano, enquanto a média mundial por habitante é de 21 quilos ao ano.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo diário de açúcar deve ser de até 10% do total das calorias (máximo de 50g/dia), tendo como recomendação adicional, se possível, consumir até 5% do total de calorias (preferivelmente 25g/dia).

Classificação do açúcar segundo setor sucroalcooleiro brasileiro:

  • Açúcar cristal: açúcar branco produzido diretamente pela usina de açúcar;
  • Açúcar refinado: grãos finos e brancos, é utilizado para consumo doméstico (em bolos, confeitos, caldas transparentes);
  • Açúcar light: mistura de sacarose com adoçante. Devido essa mistura, o poder de doçura é dobrado, com isso utiliza-se menor quantidade nas preparações;
  • Açúcar demerara: produto de cor escura, que não passou pelo refinamento. É um tipo de açúcar onde devido seu processo de fabricação, este conserva intacta a película de mel que envolve seus cristais;
  • Açúcar mascavo: açúcar bruto, escuro e úmido, extraído depois do cozimento do caldo-de-cana. Por não passar por refinamento, conserva o cálcio, ferro e sais minerais;
  • Açúcar orgânico: sem aditivos químicos tanto na fase agrícola como na industrial. Pode ser do tipo claro ou dourado. Em sua produção, todos os fertilizantes químicos são substituídos por um sistema integrado de nutrição orgânica para proteger o solo e melhorar suas características físicas e químicas;
  • Açúcar de coco: extraído da seiva da flor do coqueiro, tem baixo índice glicêmico comparado ao açúcar da cana;
  • Glaçúcar: conhecido como açúcar de confeiteiro, tem grânulos bem finos e cristalinos. Produzido diretamente na usina, sem refinamento. Destinado à indústria alimentícia parabmassas, biscoitos, confeitos e bebidas;
  • Açúcar invertido: possui 1/3 de glicose, 1/3 de frutose e 1/3 de sacarose. É utilizado em frutas em calda, sorvetes, balas, licores, geleias, biscoitos e alguns tipos de bebidas;
  • Very High Polarization (VHP): mais claro que o açúcar demerara, apresenta cristais amarelados e é utilizado como matéria-prima para outros processos. É o tipo mais exportador pelo Brasil.

Observação: nenhum tipo de açúcar é indicado para portadores de diabetes. 

Procure uma nutricionista para esclarecer dúvidas e adequar sua alimentação conforme seus hábitos e estilo de vida!

Referências Bibliográficas
ANDRADE, L. A.; MEDEIROS, S. D. S.; BORGES, M. T. M. R. Avaliação das características físico-químicas do açúcar mascavo adicionado de açúcar bruto de alta polarização. Brazilian Journal of Food Technology, 21, e2017199. Epub September 21, 2018.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Saúde. Disponível em <http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/44769-ministerio-da-saude-assina- primeiro-acordo-para-reducao-de-acucar-em-alimentos> Acesso em 27/11/2018.
SOUZA, M. C. M. Aspectos institucionais do sistema agroindustrial de produtos orgânicos. Informações Econômicas, São Paulo, v. 33, n. 3, p. 7-16, 2003.
VIEIRA, M. C. ; LIMA, J. F.; BRAGA, N. M. Setor sucroalcooleiro brasileiro: evolução e perspectivas. 2007. Disponível em <https://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Galerias/Convivencia/Publicacoes/Consulta_Expressa/Tipo/Livro/200706_11.html>. Acesso em 28/11/2018.

 

Por: Sâmia Rocha Alves –  Nutricionista – CRN3: 32.768

Responsável técnico – Dr. Thiago F. de Souza CRM 110219

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