SÃO PAULO – O presidente Jair Bolsonaro deve ficar, pelo menos, mais uma semana internado, segundo o porta-voz Otavio do Rêgo Barros. Ele só terá alta do Hospital Albert Einstein após encerrar um tratamento com antibióticos que foi iniciado na noite de domingo. Enquanto ainda está no hospital, Bolsonaro enviou uma mensagem ao Congresso com os planos para o Executivo em 2019. Nele, diz não ter pena e nem medo de criminoso.
Bolsonaro passou no dia 28 por uma cirugia para a retirada a bolsa de colostomia implantada depois da facada que levou em setembro, durante atividade de campanha em Juiz de Fora (MG). A previsão inicial era que ele ficasse internado por dez dias. Se confirmada nova previsão, Bolsonaro completará 14 dias internado.
– Obviamente que quarta-feira não será mais o dia de alta do presidente. Até porque ele entrou num estágio em que está sendo administrado antibióticos por, no mínimo, 7 dias. Se tivermos que a partir de hoje contarmos um prazo, ele não será antes de 7 dias, que é o tempo de ação dos antibióticos – afirmou o porta-voz.
De acordo com boletim médico, o presidente teve elevação da temperatura no domingo (37,3º). Por outro lado, seu intestino voltou a funcionar.
– Apresentou ontem à noite elevação de temperatura e alteração de alguns exames laboratoriais. Foi submetido à punção e permanece com dreno. Está no momento sem dor, afebril, em jejum oral e com sonda nasogástrica. Já apresenta movimentos intestinais e teve dois episódios de evacuação – afirmou Rêgo Barros.
Apesar do prorrogação do prazo para alta do presidente, o porta-voz mostrou otimismo em relação ao seu estado geral de saúde.
– O avião já está taxiando na pista. Os check lists estão sendo realizados pelos pilotos, de forma que, quando ele decolar, ou seja, sair do hospital, ele tenha condições de alçar voo cruzeiro por quatro anos.
De acordo com o boletim médico, a temperatura corporal do presidente chegou a 37,3 °C. “Foi iniciado antibioticoterapia de amplo espectro e realizados novos exames de imagem. Identificou-se uma coleção líquida ao lado do intestino na região da antiga colostomia.
O cirurgião e gastroenterologista Eduardo Grecco afirmou que o acúmulo de líquido na região do abdôme onde ficava a bolsa de colostomia de Bolsonaro deve ser interpretado como um sinal de alerta. Segundo ele, a secreção pode ser apenas resultado da manipulação cirúrgica no local e, portanto, nada grave.
Mas, se a produção de líquido não diminuir nos próximos dias _ Bolsonaro está com um dreno e será possível avaliar a quantidade de secreção _ , poderá indicar um quadro de vazamento no intestino. Neste caso, exames terão que ser feitos para detectar a região onde estaria havendo escape.
– Se foi algo próprio da cirurgia e parou, ótimo. Então não deverá sair mais líquido. O paciente fica uns cinco dias em observação. Agora pode acontecer de o líquido continuar saindo em volume acima do esperado e aí pode sinalizar escape – avaliou o médico.
Grecco disse que hoje não é possível dizer nem uma coisa nem outra.
– Os médicos fizeram o correto. Fizeram uma punção para a retirada do líquido e colocaram um dreno. Amanhã já deverão ter uma ideia do que ocasionou o acúmulo de líquido a depender do volume presente no dreno.
Professor da Faculdade de Medicina do ABC, o cirurgião considerou o quadro geral de Bolsonaro bom. Segundo ele, o fato do presidente não ter apresentado dor nem febre alta e o intestino dele ter voltado a funcionar são sinais de recuperação.
Bolsonaro foi submetido à punção guiada por ultrassonografia e permanece com dreno no local. “Está no momento sem dor, afebril, em jejum oral, com sonda nasogástrica e nutrição parenteral exclusiva. Já apresenta movimentos intestinais e teve dois episódios de evacuação. Segue realizando exercícios respiratórios e de fortalecimento muscular no quarto”, diz o comunicado.