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Grito, o Grito da Pandemia

O Grito, obra prima do pintor Edvard Munch (1863-1944) foi pintada pela primeira vez em 1893, Berlin – Alemanha. A obra ganhou três outras versões e uma litografia. Representa de forma ampla o início do expressionismo europeu. 

Popular e uma das mais citadas e publicadas no mundo, é fonte de inspiração para diversos memes e montagens. Ansiedade, angústia, medo, solidão, são características dele e do ser humano, representados em diversos de seus trabalhos.

versões da obra O Grito

Nasceu em Loten, Noruega em 1863. Filho de militar, mãe falecida aos 5 anos de tuberculose e pela mesma causa, perdeu a irmã com 14 anos de idade. Foi criado pelo pai, embora ausente e com doença mental. Parentes próximos e famosos no mundo das artes, como o tio, Jacob Munch, o influenciaram. Em 1879 ingressou no curso de engenharia, mas logo depois desistiu e entrou na Escola Real de Artes e Ofícios de Kristiania.

E o que inspirou O Grito!? Passeando por Oslo no dia 22 de janeiro de 1892, com dois amigos, por uma ponte, sentiu medo, angústia e ansiedade. Observando a obra, uma pessoa em destaque e duas ao fundo, céu com cores vibrantes, águas e barcos. Está gritando ou simplesmente tampando os ouvidos aos sons da natureza? 

Em destaque, sem a forma de um homem ou mulher, a figura central, pode simbolizar qualquer um. Traços distorcidos e fortes contrastam com linhas retas da ponte e de figuras alongadas ao fundo. Múmia peruana, enterrada em posição fetal, com as mãos no rosto pode ter influenciado esta criação.

A ponte simboliza a travessia por um momento difícil, e as diferentes formas dos vultos, a possibilidade de viverem em outra realidade, outra dimensão. 

As cores do céu tornam o ambiente vibrante e sob outra perspectiva, aterrorizante. O entardecer na Noruega, as erupções vulcânicas podem ter colaborado para a cena celeste, embora este tipo de representação seja característica do realismo e conflitam com o expressionismo. 

Após a sua morte e em reconhecimento ao seu trabalho o governo da Noruega construiu o Museu de Arte Munch (1963), mantendo a maior parte das obras reunidas. Das quatro versões de O Grito, três estão expostas em museus e uma em coleção particular nos Estados Unidos. O Grito (obra principal), pertence ao acervo da Galeria Nacional de Oslo, mede 91 x 73,5cm, óleo, têmpera e giz sob cartão. A segunda versão, feita a lápis, encontra-se junto a primeira e foi roubada em 1994. 

A terceira (1895) foi vendida em 2002 em um leilão por 119,9 milhões de dólares. Está é a única obra que teve a moldura pintada pelo artista e com um poema que descreve a caminhada. 

Em 2004, a quarta obra (1910) que já esteve no Brasil durante a 23ª. Bienal, foi roubada do Museu de Arte Munch com as salas lotadas de visitantes. Estava ocorrendo os Jogos Olímpicos de Inverno na cidade de Lilehammer e todas as atenções voltadas para lá. Recuperada em 2006 apresenta danos irreparáveis. 

A primeira exposição do quadro ocorreu em 1903. Reunia 06 obras e o conjunto foi intitulado Amor e o Grito retratava a última fase de um relacionamento, a ruptura. Estudos recentes revelam que uma frase no canto superior esquerdo da obra, “só poderia ter sido pintado por um louco” foi escrita pelo próprio Munch após comentários da crítica.

Munch escreveu em seu diário: “Uma noite, eu estava caminhando por um trajeto, a cidade estava de um lado e o fiorde abaixo. Eu me sentia cansado e doente. Parei e olhei para o fiorde – o sol estava se pondo e as nuvens ficando vermelhas como o sangue. Senti um grito passando pela natureza; pareceu-me ter ouvido o grito. Eu pintei este quadro, pintei as nuvens como sangue real. A cor gritou. Isso se tornou O Grito.”

Em 2020, durante a Pandemia da COVID-19 – novo coronavírus o artivista Thiago Leite, o MUNDANO realizou a releitura da obra o Grito, o Grito da Pandemia (2020). “Após 127 anos a Organização Mundial da Saúde declarou Pandemia e eu senti uma angústia profunda e desespero existencial, não está gritando de fato e sim sentindo o grito de toda a natureza”. Com o passar dos meses e a sensação de impotência, adicionou outros elementos como a máscara, megafone e pessoas deitadas no chão, em situação de vulnerabilidade social. Ao invés do vilarejo, ao fundo observamos os tempos modernos, a cidade.

Mundano é conhecido internacionalmente pelo grafite e artivismo ao questionar a preservação do meio, comportamento social e direitos universais. Utiliza paredes, objetos, telas e mídias digitais e diversos materiais como, tinta, lama, óleo do mar.

Assim o Grito da Pandemia coloca o medo e a angústia, a incerteza, as vozes da natureza e a tentativa de defesa ao proteger os ouvidos com as mãos e a boca com a máscara. Diferentes épocas, mesmas sensações, passado, presente e as incertezas do futuro são marcantes.

O Grito da Pandemia, em formato 50 x 40cm, utilizou rejeito de mineração da Vale, lama de Brumadinho, óleo do vazamento do nordeste e tinta acrílica sobre painel de madeira. Participou da exposição virtual na @galeriakoganamaro@sparte. A foto utilizada é da fotografa Cláudia Adorno, @claudiadorno.

A obra o Grito da Pandemia estará exposta no Instituto EndoVitta entre os dias 7 até 24 de junho de 2021. 

Tire uma foto com a obra, adicione no seu Instagram e marque o @i._endovitta e @institutoendovitta. Ao fazer isto você recebe na hora o desconto de 50,00 reais no valor da sua consulta. Além do desconto, o Instituto EndoVitta doa uma cesta básica para pessoas e comunidades carentes.

As crianças também podem encaminhar desenhos e fotos baseadas nas imagens da obra original e da releitura!!! 

Esperamos você!!!

Instituto EndoVitta – Thiago F. de Souza


Responsável Técnico – Dr. Thiago F. de Souza – CRM 110219

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