Histórico
O câncer é uma das principais causas de morte no mundo. Conforme pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimou-se 61.200 novos casos de câncer de próstata para o Brasil em Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é o mais comum em todo o mundo para o sexo masculino, e o quinto mais comum globalmente.
No Brasil, a campanha chamando atenção para a neoplasia surgiu em 2008, ganhando o nome de “Novembro Azul” em 2012. A campanha contempla questões relacionadas à saúde dos homens, sendo que o foco é o câncer de próstata.
Fatores de risco
Apesar das elevadas incidência e mortalidade, a etiologia do câncer de próstata não é totalmente conhecida. A idade é o único fator de risco bem estabelecido, com cerca de 62% dos casos diagnosticados no mundo ocorrendo em homens com 65 anos ou mais. Também são fatores de risco história familiar, tabagismo, dieta ocidental (rica em gordura e produtos defumados), obesidade e sedentarismo.
Mesmo com uma elevada incidência, as taxas de mortalidade por câncer de próstata são relativamente baixas quando comparadas a outros tipos de neoplasias, especialmente porque que esta consiste em uma neoplasia pouco agressiva.
Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA)
Devido à industrialização da sociedade moderna, uma variedade de poluentes tem se originado e relacionado com o aparecimento de diversos tipos de câncer e, dentre estes contaminantes, estão os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos.
Nesta classe, estão incluídos mais de cem compostos químicos, que podem penetrar no organismo através do trato gastrintestinal, dos pulmões e/ou serem absorvidos pela pele.
Dentre as fontes de HPA às quais estamos mais expostos, destacam-se:
- Fumaça de tabaco
- Queima de combustíveis
- Consumo de óleos vegetais
- Processo de defumação e cocção de carnes
- Frituras sob temperatura extremamente elevada
- Alimentos ricos em açúcares (principalmente cana de açúcar e rapadura)
Alimentação
As características do alimento são um fator influente quanto aos níveis de contaminação. Alimentos com uma grande área de superfície exposta estão mais propensos à contaminação, uma vez que os HPA tendem a acumular-se mais nas áreas externas dos vegetais, como na casca das frutas e nas folhas. As hortaliças apresentam níveis maiores de HPA que os valores encontrados nas frutas.
Com relação aos peixes e frutos do mar, resultados indicam a presença de HPA em todas as amostras frescas, entre as quais: peixes de água doce e de água salgada, moluscos, algas, camarões e caranguejos, devido vazamentos de óleos e dos detritos de origem doméstica e industrial, dispensados em efluentes que atingirão o oceano.
Na avalição realizada pelo European Food Safety Authority, de todos os alimentos analisados o chocolate e a manteiga de cacau estavam entre os que apresentaram níveis mais significativos para benzo(a)pireno, junto com a carne grelhada, o chá desidratado e os moluscos bivalves, como ostras e mexilhões.
Alternativas alimentares
- Laticínios
- o Preferir leites com menor teor de gordura
- Cocção
- o Evitar consumo de frituras
- o Marinar a carne com especiarias
- o Expor a área com menos gordura para grelhar
- o Método de cocção que não exponha diretamente o alimento à chama (preferivelmente
- assado)
- Contaminação ambiental
- o Cultivar frutas e vegetais distantes de estradas e áreas industriais
- o Optar por frutas/vegetais/hortaliças orgânicos e/ou biodinâmicos
- o Preservação dos ambientes marinhos, principalmente em áreas de pesca
Referências Bibliográficas
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MODESTO, Antônio Augusto Dall’Agnol et al . Um novembro não tão azul: debatendo rastreamento de câncer de próstata e saúde do homem.
Interface (Botucatu), Botucatu, v. 22, n. 64, p. 251-262, Mar. 2018.
PANIS, Carolina et al . Revisão crítica da mortalidade por câncer usando registros hospitalares e anos potenciais de vida perdidos. Einstein (São Paulo), São Paulo, v. 16, n. 1, 2018.
PAZ, Allane Patricia Santos da et al . Presença de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos em produtos alimentícios e a sua relação com o método de cocção e a natureza do alimento. Braz. J. Food Technol., Campinas, v. 20, 2017.
Por: Sâmia Rocha Alves – Nutricionista – CRN3: 32.768
Responsável técnico – Dr. Thiago F. de Souza CRM 110219