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Especial Dia das Crianças – Obesidade Infantil

cerca de 22 milhões de crianças menores de cinco anos em todo o mundo com excesso de peso e maior probabilidade de se tornarem adultos obesos e sofrerem de doenças crônicas não transmissíveis (DNTs). A infância pode ser um dos períodos mais favoráveis ​​para a prevenção da obesidade, porém deve-se ressaltar que essa prevenção está relacionada a mudanças nos hábitos e disponibilidade dos pais principalmente devido a falta de conhecimento das crianças sobre as consequências dessa condição.

 

Fases

Pré Escolar 1 a 5 anos ocorre a diminuição do apetite, redução da velocidade de crescimento, aumento do interesse pelo mundo ao redor, neofobia (repulsa da “novidade”).

Escolar 5 a 10 anos (precede a adolescência) aumento do apetite (devido repleção energética para o estirão). Sedentarismo x atividade física. Influência dos colegas “ídolos”. Aceitação de preparações diferentes.

 

Alimentação do pré-escolar

Os problemas mais frequentes encontrados costumam ser a introdução de leite de vaca in natura antes de 1 ano, inadequação na oferta de alimentos complementares, baixa oferta de fontes de carnes, dificuldades na transição líquido-sólido, necessidade de ingresso precoce no sistema escolar (creches e pré-escolas).

A escola tem papel fundamental na educação nutricional, principalmente devido permanência na escola de 5 a 6 horas/dia, sendo realizadas de 1 a 2 refeições (cantina e lanche da casa). Ocorre o primeiro momento de convívio social a criança copia o comportamento dos colegas!

Alta prevalência de excesso de peso e obesidade na fase escolar!

Menores de 2 anos = não consumir açúcar.

Acima de 2 anos consumir menos de 25g de açúcar/dia.

Seletividade alimentar recusa alimentar caracterizado por fazer birras, demorar a comer, tentar negociar o alimento, levantar da mesa durante a refeição e beliscar. Consumo alimentar altamente limitado e extrema resistência em experimentar novos alimentos. Comuns em crianças de 4-24 meses.

Orientações gerais

– A criança deve sentar-se à mesa de refeições com a família;

– As refeições devem ter horários fixos, com intervalos de 2 a 3 horas;

– Como parte do processo de educação alimentar, é importante explicar á criança a necessidade de respeitar os horários das refeições;

– Não negociar alimentos como recompensa / castigos / chantagens, forçando a criança a comer, pois isso pode reforçar a recusa alimentar da criança;

– Doces, bolachas, bolos e balas devem ser oferecidos como sobremesa ou nos horários estabelecidos para os lanches;

– É necessário estabelecer o tempo de duração de cada refeição. Caso nesse período a criança não aceite os alimentos, finalizar a refeição e oferecer algum tipo de alimento somente na próxima refeição;

– Controlar a oferta de líquidos nos horários das refeições, devido distensão do estômago e consequentemente, sensação de saciedade precoce;

– Recomenda-se a ingestão de refrigerantes somente em ocasiões especiais ou finais de semana;

– Envolver a criança nas tarefas de realização da alimentação participar da escolha do alimento, da compra no mercado / feira e na preparação;

– A monotonia alimentar (tipo e/ou preparação) é um fator que pode diminuir o apetite da criança. Variar em cores, texturas, formas e disposição no prato;

– Atentar-se na ingestão de alimentos com alto teor de gordura, sal e açúcar, devido associação com desenvolvimento de doenças crônicas na fase adulta;

– Incentivar o consumo de gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas, principalmente na forma de ômega 3, evitando as gorduras saturadas e do tipo trans;

– Oferecer alimentos ricos em ferro, cálcio, vitaminas A e D e zinco, pois são essenciais nessa faixa etária.

Recomendações para a prática dietética do pré-escolar

– Intervalo de 2 a 3h entre a ingestão de qualquer alimento e horário das principais refeições;

– Volume pequeno de alimento nas refeições

– Fracionamento da dieta 6 refeições diárias incluindo os lanches. Biscoitos e guloseimas não devem substituir refeições principais;

– Se houver recusa da refeição principal, não substituir por leite ou outros produtos lácteos. Oferecer novamente a refeição mais tarde;

– Manter a presença de verduras e legumes nas refeições, mesmo que a criança não os aceite, mas sem a obrigatoriedade do consumo e sem comentários, caso sobre no prato;

– Servir as refeições sem líquidos (sucos / refrigerantes etc). Esses líquidos podem ser oferecidos após o término da refeição;

– Retirar as sobras do prato sem comentários para que a criança não se sinta pressionada;

– Doces não devem ser utilizados como recompensas.

Referências Bibliográficas
Aula teórica de Nutrição Funcional nos Ciclos da Vida, ministrada pela professora Drª Michelle Teixeira pelo Centro de Nutrição Funcional.
Dutra, G. F.; Kaufmann, C. C.; Preto, A. D. B.; Albernaz, E. P. Sedentarismo e práticas alimentares inadequadas na infância: um estudo de coorte. Ciênc. saúde coletiva vol. 21 nº 4, Rio de Janeiro Apr. 2016.
Neri, L. C. L.; Bergamaschi, D. P.; Silva Filho, L. V. R. F. AVALIAÇÃO DO PERFIL NUTRICIONAL EM PACIENTES PORTADORES DE FIBROSE CÍSTICA DE ACORDO COM FAIXA ETÁRIA. Rev. paul. pediatr., ahead of print  Epub Aug 09, 2018.

 

Por: Sâmia Rocha Alves –  Nutricionista
CRN3: 32.768

 

Responsável técnico – Dr. Thiago F. de Souza CRM 110219

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