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Refluxo Gastroesofágico

A doença do refluxo gastroesofágico ocorre quando o conteúdo gástrico retorna, volta para o esôfago, causando irritação desse órgão e até da orofaringe. Pode ocorrer em até 10 a 20% da população.

 

As principais causas são erro alimentar, obesidade, tabagismo, stress e fatores mecânicos, além de doenças associadas como a hérnia de hiato.

Os principais sintomas são:

  • azia
  • pirose
  • queimação retroesternal
  • regurgitação e refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago
  • dor no peito
  • dificuldade de deglutição
  • tosse seca
  • rouquidão
  • dor de garganta
  • náuseas após as refeições e etc

O R.G.E (refluxo gastroesofágico) é fisiológico nas crianças, principalmente nos recém nascidos e melhora com o seu crescimento.

O R.G.E. também é frequente na gravidez, principalmente no último trimestre e está relacionado ao aumento do volume abdominal que causa aumentando pressão abdominal e compressão gástrica, aumentando o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago.

Os principais fatores de risco são erro alimentar, obesidade, tabagismo, gravidez, asma, diabetes, hernia de hiato, stress, etc.

O diagnóstico é feito pela história clínica e principalmente Endoscopia Digestiva Alta, outros exames podem ser utilizados como Phmetria, impedanciometria, nadofibroscopia, cintilografia nas crianças e até testes terapêuticos em alguns casos.

O tratamento é feito pelo médico especialista, um gastroenterologista e em alguns casos pelo cirurgião do aparelho digestivo. As crianças são acompanhadas pelo pediatra ou gastro pediatra.

O tratamento inicialmente é sempre clínico, com medidas como perda de peso, reeducação alimentar, atividade física e esportiva, diminuição do stress e uso de medicamentos para diminuir a produção de ácido do estômago e melhorar o esvaziamento gástrico, o que vai diminuir os sintomas do RGE. Em casos de intratabilidade clínica, sintomas exagerados ou algum tipo de complicação pode ser optado por tratamento cirúrgico, no caso a correção do refluxo gastroesofágico por videolaparoscopia, procedimento cirúrgico eficaz e com muito bons resultados desde que feito por cirurgião habilitado e experiente nesse tipo de procedimento. Mais recentemente alguns tratamentos endoscópicos então sendo utilizados e com boas perspectivas para o futuro próximo.

As principais complicações do RGE são as esofagites erosivas graves como o esôfago de Berrett que já é considerada uma lesão pré maligna, com predisposição maior para o desenvolvimento de um câncer de esôfago em casos extremos; hemorragia digestiva alta; úlceras de esôfago; estenose de esôfago e etc.

O travesseiro anti-refluxo melhora um pouco os sintomas, uma vez que eles pioram à noite, mas o melhor mesmo é levantar o dorso da cama em torno de 15 cm.

As principais orientações alimentares são: comer pouca quantidade de comida, varias vezes ao dia, fracionar bem as refeições, não tomar líquidos junto com a comida, comer pouco à noite e evitar comer e deitar, principalmente não ingerir muitos líquidos ao deitar, tudo isso diminui o RGE . Além disso é importante evitar os alimentos que aumentam a produção de ácido do estômago como as frutas ácidas, refringentes, bebidas alcoólicas, café, cigarro, molho de tomate, condimentos em geral, pois isso faz com que piore o RGE.

O RGE acontece em certas pessoas porque o estômago produz ácido em excesso e esse ácido volta para o esôfago causando todos os sintomas já descritos. Isso é uma característica de cada indivíduo e os cuidados com a alimentação, medicação, etc tem que ser contínuos. O único tratamento definitivo é a correção cirúrgica do RGE, mas somente em casos específicos.

 

Por: Dr. André Augusto Pinto, Cirurgia Geral  e  Bariátrica,  CRM 78.136
Responsável técnico – Dr. Thiago F. de Souza CRM 110219

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