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Alimentação e Refluxo

Refluxo gastroesofágico é o retorno involuntário e repetitivo do conteúdo do estômago para o esôfago e pode provocar sintomas incômodos e/ou complicações, sendo que esse conteúdo gástrico pode ocorrer para o esôfago, cavidade oral, laringe e/ou pulmão.

O refluxo é reconhecido quando provoca inflamação da mucosa esofágica, identificada durante a endoscopia, conhecida anteriormente como esofagite de refluxo.
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma das alterações patológicas do corpo mais freqüentes na prática médica, sendo a doença mais comum do tubo digestivo.
Os alimentos mastigados na boca passam pela faringe, pelo esôfago (tubo que desce pelo tórax na frente da coluna vertebral) e caem no estômago. Entre o esôfago e o estômago, existe uma válvula que se abre para dar passagem aos alimentos e se fecha imediatamente para impedir que o suco gástrico entre no esôfago, pois a mucosa que o reveste não está preparada para receber esse tipo de substância.
Os sintomas e outras possíveis manifestações da DRGE são pirose (azia) ou queimação na “boca do estômago”, regurgitação, disfagia (dificuldade de engolir), dor torácica intensa que pode ser confundida com a dor da angina ou do infarto do miocárdio, tosse seca, laringite crônica, erosões dentárias e doenças pulmonares de repetição como pneumonias, bronquites e asma.
O diagnóstico leva em conta os sintomas clínicos. A endoscopia digestiva alta (EDA) e a pHmetria (monitoramento do pH) são exames importantes para estabelecer o diagnóstico definitivo.
O monitoramento do pH é uma ferramenta diagnóstica na avaliação de sintomas atípicos da DRGE, como tosse crônica e arrotos. De acordo com uma revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos randomizados, 21% a 41% da tosse crônica sem doença respiratória subjacente está associada ao refluxo gastroesofágico.

Tratamento

O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. O clínico inclui a administração de medicamentos que diminuem a produção de ácido pelo estômago e melhoram a motilidade do esôfago, com o objetivo de aliviar os sintomas, cicatrizar lesões e prevenir recidivas e complicações, além de orientação nutricional com profissional capacitado (nutricionista).
O cirúrgico é indicado nos casos de hérnia de hiato, para os pacientes que não respondem bem ao tratamento clínico ou quando é necessário confeccionar uma válvula antirrefluxo.

Fatores de risco

Incluem obesidade, refeições volumosas antes de deitar, aumento da pressão intra-abdominal, ingestão de certos alimentos / produtos alimentares que pode ser irritantes da mucosa gástrica (café, chá mate, bebidas alcoólicas e gasosas) entre outros.

Medidas comportamentais no DRGE

  • Não se automedicar em casos de episódios repetidos de azia ou queimação. Procurar sempre assistência médica para diagnóstico e tratamento adequados
  •  Cuidados especiais com medicamentos potencialmente “de risco”: anticolinérgicos, teofilina, bloqueadores dos canais de cálcio, alendronato
  • Não usar cintos ou roupas apertadas na região do abdome
  • Evitar deitar-se nas duas horas após as refeições
  •  Elevação de 15 cm da cabeceira da cama
  • Redução do peso corporal em obesos
  • Suspensão do fumo

Dietoterapia no DRGE

  • Chás digestivos pós refeição: alecrim e hortelã
  • Chás protetores da mucosa estomacal: espinheira santa e guaçatonga
  • Não beber líquidos com as refeições, exceto os chás digestivos
  • Fracionar as refeições ao longo do dia (café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar), para não ingerir uma grande quantidade de alimentos numa mesma refeição
  • Sentar-se e comer sem pressa, mastigando bem os alimentos
  • Evitar alimentos e bebidas, especialmente as alcoólicas, que favorecem o retorno do conteúdo gástrico
  • Moderar a ingestão dos seguintes alimentos na dependência da correlação com sintomas:
    cítricos, café, bebidas alcoólicas e/ou gasosas, tomate, chocolate

 

O plano alimentar do paciente deve ser individualizado, levando em consideração as queixas particulares com relação a cada tipo de alimento, além dos hábitos e estilo de vida. Procure seu Nutricionista para montagem do seu plano e esclarecer dúvidas quanto à alimentação!

 

Referências Bibliográficas
Aula teórica de Nutrição Funcional “Sistema Endócrino”, ministrada pela professora Drª Ana Claudia Poletto no dia 14 de novembro de 2015 pelo Centro de Nutrição Funcional.
AZZAM, R. S. Are the persistent symptoms to proton pump inhibitor therapy due to refractory gastroesophageal reflux disease or to other disorders?
Arq. Gastroenterol., São Paulo, v. 55, supl. 1, p. 85-91, 2018. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032018000500085&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 15 de maio de 2019.
Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde. Refluxo Gastroesofágico. Publicado em 12 de janeiro de 2018. Disponível em
<http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2575-refluxo-gastroesofagico>. Acesso em 22 de maio de 2019.
Federação Brasileira de Gastroenterologia. Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Quadro 5. P. 1-18. 2003.
HENRY, M. A. C. A. Diagnóstico e tratamento da doença do refluxo gastroesofágico. Artigo de Revisão. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva, v. 27, p. 210-215, 2014.
NASI, A., QUEIROZ, N. S. F., MICHELSOHN, N. H. Prolonged gastroesophageal reflux monitoring by impedance-pHmetry: a review of the subject pondered with our experience with 1.200 cases. Arq. Gastroenterol., São Paulo, v. 55, supl. 1, p. 76-84, 2018. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032018000500076&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 15 de maior de 2019.

 

Por: Sâmia Rocha Alves –  Nutricionista – CRN3: 32.768
Responsável técnico – Dr. Thiago F. de Souza CRM 110219

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